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Writer's pictureLoran Mariano

Desmistificando a IA para os negócios e para o RH

Desmistificando a IA para os negócios e para o RH

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Que a inteligência artificial (IA) tem transformado e revolucionado diversos setores, chacoalhando o mundo dos negócios e do RH estratégico, não é mais novidade. Já estamos falando sobre porta-voz de governo feito com IA, como na Ucrânia, ou sobre 69% dos papéis nas atividades em finanças transformados por novas tecnologias de IA generativa, por exemplo. Não há como negar que a chegada, de uma forma mais intensiva, da IA na rotina tem criado oportunidades gigantes. Porém, como grandes poderes também trazem grandes responsabilidades, a sua adoção também traz desafios importantes que precisam ser geridos com cuidado.

Transformação dos Negócios pela IA

No mês de maio, o primeiro “The Daily Swile Conecta”, evento promovido pela Swile Brasil para discutir tendências e comportamentos do mercado, reuniu especialistas, lideranças, criadores de conteúdo e jornalistas para debater sobre o papel da IA nesse movimento de transformação do mundo do trabalho. Dentre os painelistas, foi possível ouvir insights de Gian Martinez (co-fundador e CEO da IA Winnin), Andreza Maia (LinkedIn Top Voice e co-fundadora da Futuros Possíveis), Henrique Simões (Diretor Executivo de Estratégias Digitais da CNN Brasil) e Leo Branco (editor-chefe da Editoria de Carreira e Negócios da Exame), com a mediação do VP de Marketing da Swile Brasil, Bruno Montejorge.

Uma conversa valiosa que veio mostrar que, sim, a IA, especialmente a inteligência artificial generativa, está remodelando o cenário dos negócios de várias maneiras. O que não é uma surpresa. A sua capacidade de gerar conteúdo, analisar grandes volumes de dados e aprender com interações anteriores permite uma personalização que as empresas precisam compreender como lidar, além de uma eficiência operacional aumentada. O resultado são produtos mais alinhados às necessidades dos clientes e em processos internos mais ágeis e precisos.

Inovação em foco

É um convite ainda maior para inovar. Porque, segundo Gian, a verdadeira reflexão com o uso das tecnologias não está na sua implementação de fato, mas na velocidade em que ela está acontecendo. Isso exige um olhar maior para as habilidades humanas, para o pensamento criativo, analítico, crítico, mas não só isso. O fator adaptabilidade e confiança se tornam indispensáveis.

Não à toa, a era da IA também traz consigo a queda da credibilidade, exacerbada pela desinformação. A reprodução de informações falsas e a manipulação de dados podem minar a confiança dos consumidores e das empresas, tornando essencial o compromisso ético, afinal, como bem pontuou Andreza, “qualquer produto de IA é feito com pessoas e para pessoas, aliadas a ferramentas”. Assim, as organizações precisam adotar práticas transparentes e éticas ao implementar tecnologias de IA para manter a confiança dos stakeholders.

Não tem como ignorar o papel da Comunicação nesse sentido. Isso porque, segundo comentou Henrique em seu painel, o impacto da IA na sociedade tem um potencial ainda maior de desenvolvimento quando líderes unem o letramento técnico necessário às soft skills, reforçando o pensamento crítico e analítico como diferencial para tomada de decisões para abordagem responsável de tecnologias inteligentes.

Impactos nos empregos e na rotina

Se o medo da introdução da IA no mercado de trabalho está no desaparecimento de empregos, por outro lado, também há a expectativa da criação de muitas vagas. Novas funções, como analistas de dados e especialistas em machine learning, estão surgindo, enquanto aquelas que envolvem tarefas repetitivas e mais burocráticas estão em risco de automação. Hoje, algoritmos de IA já podem realizar triagens de currículos e análises de desempenho, que antes poderiam tomar bastante tempo de qualidade no dia a dia de profissionais de RH.

Com esse olhar, é possível perceber que a IA é uma poderosa forma de liberar os profissionais de RH de tarefas operacionais, permitindo que eles se concentrem em aspectos mais estratégicos e humanos, como desenvolvimento de talentos e bem-estar. Uma jornada, claro, que exige que os profissionais se adaptem e adquiram novas habilidades para trabalhar, não contra, mas em conjunto com a tecnologia.

Na área de Comunicação, isso não é diferente. Já que editorias jornalísticas e redações também estão se adaptando e eliminando tarefas repetitivas para otimização. Segundo Leo, é um reforço à produtividade que deve ser utilizado a partir de boas práticas, como transcrições de áudio em texto, que podem reduzir o tempo gasto manualmente para foco na qualidade da informação.

Vieses Inconscientes na IA Generativa

Uma preocupação significativa com a IA generativa, apontada por Andreza, são os vieses inconscientes. Esses algoritmos de IA são treinados com dados históricos que podem conter preconceitos, resultando em decisões tendenciosas com exclusões históricas que sempre existiram. Um problema que é particularmente crítico no recrutamento e na gestão de pessoas, onde podem perpetuar desigualdades existentes, se não houver iniciativas de Diversidade e Inclusão.

Mulheres negras, por exemplo, enfrentam desafios adicionais na era da IA. Sub-representadas no setor de tecnologia, elas correm o risco de serem ainda mais marginalizadas se os sistemas de IA não forem projetados e auditados para eliminar preconceitos, desde reconhecimento facial à reprodução de privilégios em análises curriculares. É fundamental que as equipes de desenvolvimento sejam diversas e que as empresas adotem políticas rigorosas de ética na IA para garantir equidade. E o mais importante: com intencionalidade, como destacou Andreza em suas falas.

Ferramentas de IA para otimização dos processos de RH

Quando se fala de RH estratégico, já se pode encontrar ferramentas em IA úteis para o dia a dia:

1. Recrutamento Automatizado: Ferramentas de IA podem automatizar a triagem de currículos e a realização de entrevistas preliminares, reduzindo o tempo e os custos do recrutamento. Elas também podem usar algoritmos de correspondência para identificar candidatos que melhor se alinham com os requisitos da vaga e a cultura da empresa; 2. Análise de Desempenho: A IA pode analisar dados de desempenho e fornecer insights detalhados sobre o rendimento dos profissionais, identificando áreas de melhoria e sugerindo planos de desenvolvimento personalizados. Isso permite um acompanhamento mais preciso e um desenvolvimento de carreira mais alinhado com os objetivos organizacionais; 3. Engajamento e Retenção: Ferramentas de análise de sentimentos podem monitorar o engajamento dos funcionários através de suas interações e feedback, permitindo que os gestores identifiquem problemas e intervenham proativamente para aumentar a satisfação e reduzir o turnover; 4. Formação e Desenvolvimento: Plataformas de IA podem personalizar programas de treinamento com base nas necessidades individuais dos funcionários, melhorando a eficácia do aprendizado e acelerando o desenvolvimento de competências críticas;

O potencial transformador para os negócios e o RH com IA, proporcionando eficiência, personalização e novos insights, está aí. O foco agora está em como as habilidades humanas serão essenciais para abordar os desafios éticos e de vieses, garantindo que seus benefícios sejam amplamente distribuídos e que não perpetuem desigualdades. Para os profissionais de RH, a chave está na adaptação e na aprendizagem contínua, utilizando a IA como uma parceira estratégica para criar ambientes de trabalho mais justos e produtivos.

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